Histórico

  • Publicado em: 10/04/2017 às 08:57   |   Imprimir

Histórico

A primitiva redução de São Miguel Arcanjo foi fundada em 1632, pelo Padre Cristóvão de Mendonza, à margem direita do rio Ibicuí.

Para deter o avanço português em direção ao Sul, buscando a conquista do Rio da Prata, o governo Espanhol determinou a fundação de povoados a partir do rio Uruguai. Os índios Guaranis e os Padres Jesuítas deram origem à redução. Igualmente, portugueses e Espanhóis, em 1862, ocuparam essas terras. A redução, assim chamada, era o espaço físico onde os Padres Jesuítas conviviam com os índios. Sua organização assemelhava-se à de vilas e povoados espanhóis, caracterizada por uma praça central, Igreja, Colégio, oficina, casa para mulheres, casa para os índios, depósitos, hospital, hospedaria, e nos arredores, moinho e olaria.

Em 1687, para possibilitar a expansão de suas lavouras, se fixaram na bacia do rio Piratini, no local onde estão as ruínas desse povo.

São Miguel viveu seu apogeu na primeira metade do Século XVIII, período em que se deu a construção da Igreja. A população chegou a 6.000 guaranis.

A igreja das atuais ruínas foi construída pelo arquiteto irmão João Batista Primoli, que também dirigiu a construção da Igreja São Miguel, de 1735 a 1744, com o auxílio de pedreiros e carpinteiros guaranis.

O Tratado de Madrid determina a troca das Missões Orientais do rio Uruguai, entre as quais se encontravam São Miguel, pela Colônia do Sacramento. Isto determinou a expulsão dos indígenas guaranis para a margem ocidental do rio Uruguai. Revoltados, os guaranis enfrentaram as tropas Portuguesas e Espanholas na chamada “Guerra Guaranítica” (1754 – 1756) e são derrotados. Retornam após a assinatura do tratado de El Pardo (1761), que anula o de Madrid.

São Miguel volta, juntamente com os outros seis povos, ao domínio espanhol. Porém, a confiança nas autoridades estava abalada. Inicia-se o declínio do povoado, acentuado com a expulsão dos Jesuítas (1768) e com a implantação da Administração leiga espanhola.

Os sete povos são invadidos e ocupados pelos portugueses em 1801, e o resultado é a derrocada, acentuada pela campanha e o saque de Rivera (1829). Durante quase todo o Século XIX o arruinamento de São Miguel se acentua. Somente a partir da terceira década do Século XX este processo é invertido, quando as autoridades brasileiras se voltam para a preservação deste importante testemunho de nossa história.

As Ruínas de São Miguel das Missões foram reconhecidas pela UNESCO em 1983, como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade do Estado do Rio Grande do Sul, sendo o único deste gênero no estado.

A luta pela emancipação desse Município existe desde 1978, finalmente, em 29 de dezembro de 1987, foi realizado o plebiscito. Pela Lei nº 8.584, de 29 de abril de 1988, é criado o Município de São Miguel das Missões.